Em uma pesquisa concebida especialmente para apurar em qual dos três poderes dos EUA os eleitores registrados mais confiam, a Suprema Corte, representando o Judiciário, se sobressaiu: 35% dos eleitores consultados declararam que confiam mais na Suprema Corte do que no Executivo ou no Legislativo.
Apesar de se manter como a instituição mais confiável para os eleitores do país, o prestígio da Suprema Corte caiu em relação a 2017, quando 45% dos eleitores a colocaram acima do Executivo e do Legislativo.
Em comparação, 18% dos eleitores consideram o Executivo o mais confiável entre os três poderes — há dois anos, quando Donald Trump assumiu a Presidência, 26% acreditavam que o Executivo era o mais confiável. E apenas para 13% dos eleitores o Legislativo é o poder mais confiável. Cerca de um terço dos entrevistados não tinha opinião a respeito.
A pesquisa conjunta da Beacon Research e da Shaw & Company Research, patrocinada pela Fox News, se diferencia da pesquisa da Gallup, realizada em outubro de 2018. Enquanto a pesquisa deste ano procurou apurar “em que poder você confia mais”, a pesquisa da Gallup procurou apurar se o eleitor confia ou não em cada um dos poderes.
O resultado foi: 68% dos eleitores confiam no Poder Judiciário, 42%, no Poder Executivo, e 40%, no Poder Legislativo. Em 2017, o percentual de eleitores que confiavam no Poder Judiciário também foi de 68%. Em 2016, 61%.
Historicamente, 50% dos eleitores, em média, confiavam no Legislativo. Mas essa confiança vem declinando consistentemente nos últimos 10 anos, segundo a Gallup, que faz essa mesma pesquisa desde 1972. A confiança no Poder Executivo caiu de uma média histórica de 54% para 42%.
Popularidade dos ministros
De acordo com a pesquisa patrocinada pela Fox News, a ministra Ruth Bader Ginsburg, também conhecida como RBG, 85, detém o distintivo da popularidade na Suprema Corte dos EUA: 18% dos eleitores entrevistados na pesquisa declararam que RBG é a ministra favorita deles. E é a favorita para 32% dos eleitores democratas.
O ministro Brett Kavanaugh vem em segundo, com 6%. Muito disso se deve ao fato de que o processo de nomeação de Kavanaugh, no ano passado, foi extremamente contencioso e estava no noticiário da TV quase todos os dias. Ele foi acusado por três mulheres de assédio sexual, na adolescência, mas sua indicação por Trump foi confirmada de qualquer forma, porque o Partido Republicano tem maioria no Senado.
Em terceiro lugar, com 4% das preferências dos eleitores, ficou o ministro Neil Gorsuch, também nomeado por Trump. Gorsuch também teve um processo de confirmação controvertido. Para confirmá-lo, os senadores republicanos tiveram de mudar a regra da Casa, que exigia votos de dois terços dos senadores, para maioria simples (de 51 senadores).
O ministro Clarence Thomas, provavelmente o mais conservador da Suprema Corte, também foi declarado favorito por 4% dos entrevistados. E 3% escolheram a ministra Sonia Sotomayor, liberal com backgroundhispânico, como a favorita deles.
A pesquisa revelou que 38% dos entrevistados não tinham um favorito na Suprema Corte ou não estavam seguros sobre isso. E 22% não podiam nem sequer dizer o nome de um único ministro da Suprema Corte.
Fonte: ConJur