No 1º mês dos órgãos na fiscalização foram feitas 37.365 denúncias
No 1º mês de vigência da norma do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que incluiu os cartórios no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro no Brasil, foram realizadas 37.365 comunicações suspeitas por esta atividade ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
O número é maior que qualquer outro segmento que integra o sistema de combate a crimes financeiros no país, como bancos, cooperativas de crédito, joalherias, entre outros. Os dados foram divulgados pela Anoreg (Associação dos Notários e Registradores do Brasil).
De acordo com o regulamento do CNJ, que entrou em vigor em 3 de fevereiro de 2020, devem ser comunicadas operações atípicas e também aquelas que envolvam o pagamento ou recebimento de valor em espécie acima de R$ 30 mil. Somente em fevereiro, foram 5.816 casos do tipo.
Também devem ser reportadas atividades que indiquem ganho substancial de capital em 1 curto período de tempo e ações relativas a bens de luxo ou alto valor, de quantia igual ou superior a R$ 300 mil, entre outros casos.
O texto inclui ainda, dentre os atos a serem remetidos ao Coaf, as transmissões do mesmo bem material, realizadas em menos de 6 meses, se a diferença entre os valores declarados for superior a 50%, e doações de imóveis avaliados em, no mínimo, R$ 100 mil para terceiros sem vínculo familiar. Todas as informações remetidas são sigilosas.
Em relação a outros entes e órgãos que têm a obrigação de reportar atividades suspeitas ao Coaf, bancos levaram ao órgão 13.977 manifestações no mês passado. Em seguida vem o mercado de seguros (6.424) e as cooperativas de crédito (3.387) . O Banco Central fez 2.040 ao órgão fiscalizador.
Eis a quantidade de comunicações suspeitas enviadas ao Coaf em fevereiro:
Comunicações suspeitas enviadas ao Coaf
Por tipo de organização, em fevereiro
Ente comunicador | Quantidade de denúncias |
---|---|
bancos | 13.977 |
mercado segurador | 6.424 |
cooperativa de crédito | 3.387 |
mercado de valores mobiliários | 2.256 |
Banco Central | 2.040 |
Previdência complementar | 1.130 |
cartões de crédito | 579 |
setor econômico sem regulacão | 160 |
juntas comerciais | 155 |
loterias | 139 |
bancos cooperativos | 79 |
transporte e guarda de valores | 34 |
De acordo com a Anoreg, a iniciativa visa combater fraudes nas transmissões imobiliárias e a utilização das chamadas empresas de fachada, e já é adotada por cartórios em países como Espanha, Portugal, Itália, França, que atuam sob o mesmo sistema jurídico que no Brasil.
A regulamentação nacional da atuação de notários e registradores era uma exigência do GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional). O órgão atua no combate a crimes financeiros em todo o mundo, e deu cumprimento a Lei da Lavagem de Dinheiro, que previa o ingresso de notários e registradores no rol de sujeitos obrigados a efetuar comunicações suspeitas. (Foto: Divulgação)
Fonte: Poder 360