Quando Teun van den Dries comprou uma casa pela primeira vez, há oito anos, a empresa que determinou o valor de mercado da residência simplesmente perguntou quanto ele achava que o imóvel deveria custar. Essa experiência ajudou a levar o empreendedor e cofundador holandês Sander Mulders a lançar a GeoPhy, uma plataforma que oferece avaliações de imóveis com base em inteligência artificial e que busca levar mais transparência ao mercado.
A empresa criada em 2014 anunciou na última quinta-feira que levantou US$ 33 milhões em uma rodada de financiamento série B liderada pela Index Ventures, a firma de capital de risco com sedes em Londres e São Francisco que apoiou empresas como Adyen, Deliveroo e Slack. As investidoras anteriores Hearst Ventures e Inkef Capital também participaram da rodada.
“Essencialmente, em nenhum outro setor há um equivalente real em que tamanha quantia em dinheiro é negociada com base em tão pouca informação”, disse Van den Dries em entrevista.
A GeoPhy reúne e analisa milhares de pontos de dados — desde imagens de satélite, dados de vendas e registros de propriedades até índices de criminalidade, espaços verdes e a densidade de cafeterias independentes nas proximidades — para determinar as avaliações dos imóveis. A empresa atualmente se concentra em imóveis comerciais, mas planeja se expandir para o mercado residencial.
O serviço ajuda os clientes, como agências de classificação de risco, bancos e provedoras de hipotecas como a Fannie Mae, a entender melhor o valor das propriedades comerciais e criar modelos de empréstimos mais precisos.
“O que temos agora é uma forma muito subjetiva de avaliar e analisar o desempenho de uma propriedade — você pode pegar um avaliador ou o chefe de aquisições em um dia ruim”, por exemplo, disse Aaron Perlis, diretor de tecnologia da empresa de financiamento de imóveis comerciais Walker & Dunlop, que também é cliente da GeoPhy. “Um credor como nós quer tentar compreender o valor real de uma propriedade, ver qual é o valor objetivo que posso respaldar estatisticamente.”
Os executivos da GeoPhy afirmam que a empresa oferece avaliações mais baratas e rápidas do que as tradicionais, que podem demorar cerca de um mês e custar até US$ 6.000. Com sede em Delft, na Holanda, a empresa emprega cerca de 100 pessoas e possui escritórios em Nova York, em Londres e na Lituânia.
O novo financiamento ajudará a expandir a presença da startup nos EUA e na Europa, com planos de entrar na região Ásia-Pacífico em 2020. Esses planos de expansão também representam desafios para a empresa. A adoção provavelmente vai variar de país a país dependendo do acesso aos dados.
O objetivo final da GeoPhy é futuramente calcular o valor de cada edifício do mundo.
“Essa é a meta, e é uma meta elevada”, disse Jan Hammer, sócio em Londres da Index, que também se unirá ao conselho da GeoPhy.